Imagem: Reprodução/site Remessa online
O IPCA, índice oficial de inflação no Brasil, fechou 2021 em 10,06%, maior alta acumulada desde 2015 e uma das maiores da série histórica desde a criação do Plano Real, em 1994.
A taxa ficou bem acima da meta estipulada pelo Banco Central (BC) para o ano, que foi de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
Desaceleração. Contudo, no último mês de 2021 a inflação apresentou alta de 0,73%, abaixo de novembro, quando a elevação foi de 0,95%, e de dezembro de 2020, que registrou um crescimento de 1,35%.
Estes números reforçam a tendência de desaceleração da alta dos preços, o que vem ocorrendo desde as últimas semanas do ano passado.
Vilões. Segundo o IBGE, os maiores responsáveis pela alta do IPCA foram o setor de transportes, com alta de 21,03%, seguido pelo de habitação (13,05%) e o de alimentação e bebidas (7,94%).
Explicações
Por lei (Decreto nº 3.088/1999), sempre que a inflação fecha o ano acima da meta estabelecida, o presidente do BC tem a obrigação de prestar esclarecimentos ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), que atualmente é o ministro Paulo Guedes.
E foi o que fez Roberto Campos Neto, que hoje preside o BC. Para ele, os três principais fatores causadores da alta da inflação foram:
- Forte elevação dos preços de bens locais, em especial os preços de commodities (principalmente do petróleo);
- Bandeira tarifária de energia elétrica em razão da escassez hídrica;
- Desequilíbrio entre demanda e oferta de insumos, além de gargalos nas cadeias produtivas no mundo
O Presidente do BC destacou, ainda, que a alta da inflação é um fenômeno global, refletindo fortes alterações nas relações de oferta e demanda causadas pela pandemia, que afetou não só o padrão de consumo, como a capacidade de produção de bens e de atendimento de serviços.
Por fim, o BC projeta que a inflação entrará em trajetória de queda já no início de 2022, fechando o ano “em patamar significativamente inferior ao de 2021, estimando uma inflação de 4,7% em 2022, 3,2% em 2023 e 2,6% em 2024.