Governo mantém estimativa de alta do PIB em 2022

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve em 2,7% a projeção para o crescimento da economia brasileira (PIB) e reduziu a estimativa oficial para a inflação em 2022 (IPCA).

A SPE publicou nesta quinta-feira (17) uma série de dados importantes na sua mais recente edição do Boletim Macrofiscal.

De acordo com o órgão, o desempenho do emprego, do setor de serviços e da taxa de investimento justificaram a manutenção da estimativa para 2022.

Contudo, a SPE reduziu a previsão de crescimento para 2023, passando de 2,5% para 2,1%. A alteração tem por fundamento o cenário externo mais adverso, com a alta dos juros da economia norte-americana e a guerra na Ucrânia. Tais eventos afetam a expansão econômica no resto do mundo.

O órgão ainda manteve em 2,5% a projeção de crescimento do PIB para 2024.

INFLAÇÃO

Por outro lado, a projeção de inflação para 2022 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 6,3% para 5,85%. O patamar ainda é superior à meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Os principais fatores para redução da projeção de inflação em 2022 foram a redução dos preços administrados, menor pressão dos bens industriais e alimentos e estabilização dos preços de serviços.

No ano, o IPCA acumula alta de 4,7% e, em 12 meses, o índice total está em 6,47%

Reprodução: SPE/ME

Já para 2023, a projeção foi ligeiramente alterada, para 4,60%. Por outro lado, a SPE espera que a partir de 2024, a taxa de inflação (IPCA) convirja para a meta de 3,00%.

CENÁRIO FISCAL – RELAÇÃO DÍVIDA/PIB

A última coleta do sistema Prisma Fiscal, realizada em início de novembro/2022, registrou projeção central de 77,3% para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) de 2022 em proporção do PIB com amplitude de 74,5% a 80,3%.

Com isso, as projeções recentes de mercado têm se mantido no patamar 78%-80% desde maio/2022, após sucessivas revisões para baixo.

Em novembro/2022, a projeção de mercado de Resultado Primário do Governo Central para 2022 teve elevação para superávit de R$ 59,3 bilhões (0,62% do PIB projetado pela SPE) conforme Sistema Prisma.

A projeção de mercado em janeiro deste ano era de R$ 88,7 bilhões de déficit primário do governo central. As projeções se mantiveram negativas até julho/2022. Contudo, em agosto, o mercado projetou superávit pela primeira vez no ano, no valor de R$ 4,6 bilhões, com revisões para cima desde então.

Veja no gráfico abaixo, a evolução da projeção de mercado de Resultado Primário do Governo Central, saindo de uma estimativa de déficit R$88,7 bilhões em janeiro de 2022, para um superávit de R$59,3 bilhões em novembro.

DESEMPREGO

Por fim, o Boletim destaca o recuo da taxa de desemprego para 8,7% no terceiro trimestre. O dado demonstra uma queda de 3,9 pontos percentuais ante o terceiro trimestre de 2021, segundo dados do IBGE (Pnad contínua).

Além disso, o documento ressalta a continuidade da recuperação do emprego, com alta na população ocupada, diante do aumento em 12 meses de 6,3 milhões de novas vagas, tanto informais quanto formais. O dado leva em conta informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).

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