A Gol (GOLL4) admitiu o pagamento de propina no Brasil entre 2012 e 2013 para garantir a aprovação de leis favoráveis à empresa.
Assim, a empresa fechou acordo para encerrar investigações de suborno a autoridades no Brasil e nos Estados Unidos. Para isso, vai pagar multa de US$41,5 milhões (cerca de R$218 milhões na cotação atual).
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
O Departamento de Justiça dos EUA informou que a Gol admitiu ter pagado aproximadamente US$ 3,8 milhões (R$20 milhões) em propina.
Além disso, destacou que as mudanças na legislação envolveram reduções de impostos sobre a folha de pagamentos e sobre combustíveis. Acrescentou que as alterações beneficiaram não só a Gol, mas também outras companhias aéreas brasileiras.
Por fim, a autoridade americana explicou que “para efetivar o esquema de suborno, um membro do Conselho de Administração da Gol fez com que a Gol celebrasse contratos simulados e efetuasse pagamentos a várias entidades ligadas a autoridades brasileiras relevantes”.
Em seguida, a Gol listava falsamente os pagamentos de corrupção como se fossem despesas legítimas, inclusive despesas com publicidade e outros serviços.
No Brasil, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral de União (AGU) disseram ter assinado um acordo de leniência com a Gol, no valor de R$ 14,2 milhões.
Além disso, disseram que a própria empresa as procurou em 2020 “para reportar ilícitos relacionados a pagamentos efetuados para agentes públicos ou terceiros a eles relacionados”.
Contudo, nenhuma das partes revelou o nome das “autoridades do governo”, dos “agentes públicos” e das “pessoas politicamente expostas” que receberam propina da Gol.