A Fitch, agência global de classificação de risco, reafirmou o “rating” “BB-” (grau especulativo) do Brasil. Contudo, a agência melhorou a perspectiva do país de “negativa” para “estável”.
A agência citou a evolução melhor que a esperada das contas públicas, apesar dos sucessivos choques nos últimos anos.
A Ficth ponderou, contudo, que desafios fiscais e de crescimento econômico permanecem e que as eleições de outubro de 2022 geram incerteza.
No entanto, a agência entende que “esses desafios já estão capturados nos ratings ‘BB-‘ do Brasil”, esperando uma “ampla continuidade da política macroeconômica após as eleições.
A Fitch levou em consideração o fato de que em 2021 o Brasil registrou seu primeiro superávit fiscal primário desde 2013, com o desempenho superior das receitas e o compromisso das autoridades de retirar os estímulos implementados durante a pandemia.
Além disso, a agência ressalta a redução acentuada da relação entre dívida e PIB de 2021, seguida de outra ligeira queda em 2022. O quadro melhora consideravelmente o ponto de partida antes de um aumento gradual projetado a partir de 2023, segundo a Fitch.
A agência estima que a dívida bruta do Brasil em relação ao PIB cairá para 78,8% em 2022, de 80,3% em 2021 e 88,6% em 2020.
Por fim, a Fitch espera, ainda, que o déficit fiscal permaneça “grande” em 2023. Tal previsão tem com base o crescimento econômico mais fraco, os preços das commodities, as pressões salariais e a expansão da cobertura do Auxilio Brasil. Adicionalmente, há o risco das medidas temporárias de impostos/gastos serem estendidas.