Emprego na indústria cresce pelo 5º mês consecutivo, mas desacelera

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O emprego na indústria brasileira avançou pelo 5º mês consecutivo em setembro. O índice de evolução do número de empregados ficou em 51,4 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, que separa aumento de queda do emprego industrial. Apesar do aumento, o resultado representa desaceleração frente a agosto, que registrou 52,2 pontos.

Fonte: Sondagem Industrial CNI / Divulgação

Produção industrial

Já a produção industrial, após quatro altas consecutivas, recuou em setembro. O indicador recuou de 54,5 pontos em agosto para 49 pontos no mês passado.

Fonte: Sondagem Industrial CNI / Divulgação

Os dados são Sondagem Industrial de setembro, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na pesquisa foram consultadas 1.739 empresas, sendo 696 pequenas, 601 médias e 442 grandes, entre os dias 1º e 11 de outubro de 2022.

A pesquisa mostra que a intenção de investimento recuou 1,6 ponto no mês, para 57,4 pontos, mas ainda permaneceu em patamar elevado ante a média histórica de 51,4 pontos.

Além disso, a indústria se mostrou menos otimista em relação aos próximos seis meses, com queda das expectativas de demanda pelos produtos, de exportação, de compra de insumos e de contratação de empregados.

Ainda assim, as expectativas permanecem no território positivo (acima de 50 pontos) para os próximos meses.

MATÉRIA-PIRMA

A economista da CNI, Larissa Nocko, lembra que, desde o início da pandemia (primeiro trimestre de 2020), a falta ou o alto preço da matéria-prima tem sido o principal entrave à produção.

“Apesar da desaceleração da produção em setembro e das expectativas menos otimistas, a normalização da cadeia e suprimentos é um elemento central para a retomada do ritmo de produção industrial”, explica.

Apesar das dificuldades, a indústria brasileira caminha para a normalização da cadeia de suprimentos.

Isso porque, no terceiro trimestre de 2022, a falta ou alto custo de matéria-prima atingiu 38,1% das indústrias, frente a 52,8% no segundo trimestre.

Fonte: Sondagem Industrial CNI / Divulgação

Com isso, o ritmo de aumento no preço médio das matérias-primas também desacelerou, corroborando com a percepção de normalização da cadeia de suprimentos. 

Utilização da capacidade instalada

Enquanto isso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu 1 ponto percentual entre agosto e setembro de 2022, para 72%.

Com exceção de janeiro, é a primeira queda da utilização da capacidade do setor industrial no ano de 2022. Com ela, a utilização da capacidade se iguala àquela observada em setembro dos anos de 2021 e 2020.

Nível de estoques

Por outro lado, o nível de estoques de produtos finais na indústria recuou na passagem de agosto para setembro de 2022. O índice de evolução do nível de estoques foi de 50,1 pontos, ou seja, muito próximo da linha divisória de 50 pontos, que indica estabilidade do nível de estoques.

Assim, o índice de estoque efetivo em relação ao planejado se aproximou da linha divisória dos 50 pontos, ao cair de 51,4 pontos para 50,9 pontos entre agosto e setembro.

Fonte: Sondagem Industrial CNI / Divulgação

Com isso, as indústrias avaliam que os estoques se aproximam dos níveis planejados pelas empresas, mas ainda seguem um pouco acima do planejado.

LUCRATIVIDADE

Por fim, destaca-se que os indicadores que medem a satisfação com o lucro operacional, com as condições financeiras das empresas e a facilidade de acesso ao crédito avançaram, respectivamente, 1,9 ponto, 1,9 ponto e 2,6 pontos.

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