Brasileiros que tenham recursos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) poderão utilizar até 50% do saldo disponível para adquirir participação na Eletrobras (ELET6), em razão do processo de privatização da empresa.
A compra ocorrerá por Fundos Mútuos de Privatização (FMP). O dispositivo foi criado nos anos 2000 e já foi acionado pelo governos na venda de ações de empresas, como Vale e Petrobras.
O investidor deverá escolher uma administradora de FMP-FGTS para autorizar a consulta ao saldo do FGTS e repassar à Caixa o pedido de reserva para a aplicação.
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a desestatização da Eletrobras na última quarta-feira (18). Estabeleceu-se um teto de R$ 6 bilhões para o uso global dos recursos do FGTS na compra de ações da empresa. Caso as aplicações superem o teto, haverá rateio.
Caso queira, passados 12 meses da aplicação, o trabalhador poderá desfazer o investimento. Com isso, os valores provenientes da venda retornarão para sua conta do FGTS.
Importante: a compra das ações por meio do FGTS depende da finalização do processo de privatização.
COMO ADERIR?
Quem quiser transferir parte do saldo no FGTS para comprar participação da Eletrobras deverá autorizar a instituição financeira que administrará o FMP a consultar o saldo disponível e solicitar a reserva (e o débito) de parte dele da sua conta vinculada ao FGTS.
A aplicação poderá ser de até 50% do saldo de cada conta vinculada, valendo para operações no âmbito do Programa Nacional de Desestatização e/ou similares estaduais aprovados pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI).
Apenas após 12 meses da transferência do recurso do FGTS para o fundo mútuo, o trabalhador poderá pedir o retorno do dinheiro para sua conta do FGTS, caso assim deseje.
Links para baixar o aplicativo do FGTS:
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E O RENDIMENTO?
Os fundos de privatização podem ser uma alternativa para quem procura incrementar o retorno dos seus investimentos. Porém, não há garantia de que isso acontecerá.
O trabalhador deve entender que está trocando renda fixa por renda variável, naturalmente, sujeita a mais oscilações. Por sua vez, o FGTS, por lei, tem rendimento de 3% ao ano.
Nos últimos anos, além da remuneração fixa de 3% ao ano, os trabalhadores receberam parte dos lucros do Fundo de Garantia, que resultam dos juros cobrados de empréstimos a projetos de infraestrutura, saneamento e crédito da casa própria. Isso melhorou o rendimento dos recursos depositados no fundo.
Em 2020, com a distribuição aos trabalhadores do lucro do FGTS, o rendimento foi de 4,52%. Já em 2019, chegou a 4,90% e, em 2018, a 6,18%.
De acordo com projeções da XP Investimentos, entre 2002 e o último dia 13 de maio, as ações da Vale renderam até 2.235,13%, enquanto as da Petrobras renderam 649,36%. No mesmo período, o FGTS retornou 136,09% para os trabalhadores.