O Banco Central publicou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada entre os dias 14 e 15 de junho. O encontro resultou no aumento de 0,5 ponto percentual na Taxa Selic (Meta), que passou de 12,75% a.a. para 13,25% a.a.
O Comitê destacou que a inflação deve permanecer fora do centro da meta em 2023.
Da mesma forma, aponta que o ciclo de alta de juros deve se estender ou seja, a Selic precisará ficar mais alta (por mais tempo) a fim de combater a inflação.
Para o BC, o IPCA não deve convergir para a meta, mesmo com a permanência do clico de alta de juros por mais tempo (e acima do cenário de referência).
Por isso, projeta uma taxa de juros de 13,25% ao ano no fim de 2022, 10,0% em 2023 e 7,50% em 2024. Nessas condições, a inflação terminaria os respectivos anos em 8,8%, 4,0% e 2,7%.
CENÁRIO ECONÔMICO
No ambiente externo, apontou a deterioração do cenário, com revisões negativas para o crescimento global em um “ambiente de fortes e persistentes pressões inflacionária”.
Tal quadro, na visão do BC, decorre da (i) recuperação global após a pandemia, (ii) alta nos preços da commodities; (iii) nova onda de Covid-19 na China e a (iv) guerra na Ucrânia.
Para o Comitê, tais fatores devem resultar em inflação mais prolongada na produção global de bens.
O BC apontou, ainda, que “a reprecificação da política monetária nos países avançados, o aumento da aversão a risco e a mudança da perspectiva de crescimento econômico têm impactado as condições financeiras tanto de países avançados quanto de emergentes.”.
No âmbito doméstico, o Copom observa um crescimento acima do esperado, tanto pelos indicadores do mercado de trabalho, quanto pelo PIB do 1T2022.
Segundo o BC, “a inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, se mostrando mais persistente que o antecipado”.
Da mesma forma a inflação de serviços e bens industriais continua alta, com fortes aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis.
Risco fiscal
O Copom ressalta que “a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e políticas fiscais que sustentem a demanda agregada podem trazer um risco de alta para o cenário inflacionário e para as expectativas de inflação.”.
NOVA ALTA DA SELIC
Para a próxima reunião, no começo de agosto, o Copom antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude (0,5 ou 0,25 ponto percentual).
Isso porque considera que “diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista.”